A despedida e o momento mais duro para mim foi aquele em que percebi que não te ia ver mais. Não chegou a ser uma despedida, porque eu nunca me despedi de ti. Nunca disse até já, até logo, até amanhã, até depois, até para a semana (o mais normal entre nós), até para o mês que vem, até para o ano. Não te disse nada. Não me despedi de ti. Não o fiz nem com um, nem com dois beijos. Não me lembro do que te disse no último dia em que falamos. Mas lembro-me do que te disse no último dia em que te vi. Foi no dia a seguir à noite em que devo ter chorado mais na minha vida. Foi no dia a seguir a ter recebido a pior notícia que me lembro. Foi no dia em que te vi deitado e que quase que era obrigatório despedir-me de ti. Não o fiz, apenas me cheguei perto de ti e disse baixinho que te adoro. Também me lembro do que te disse no último dia em que falei contigo. “Contigo”, porque eu não sei se falei para alguém me ouvir, eu não sei se continuas comigo, se continuas a olhar por mim, eu não sei. É tudo tão incerto, mas eu quero acreditar que sim, que me estás a ver e que estás a perceber todo o esforço que estou a fazer para que estejas orgulhoso de mim.
6 de maio de 2015
O diário de uma caloira chegou ao fim
Acabaram-se as nódoas negras, acabaram as pernas doridas, acabaram as calças rotas e sujas, acabaram as sapatilhas e botas estragadas, acabaram-se as feridas nas mãos, acabaram-se as dores nas costas por passar horas de "cu pra baixo", as dores nos braços por fazer prancha, acabou o mau cheiro dentro da mala, acabaram-se os banhos às 3h da manhã para tirar farinha/ovos/iogurte do cabelo, acabou o receio de ser castigada, acabou o despertador para as 7h da manhã, acabou-se o medo da quinta-feira mas também acabou o companheirismo, o apoio, a união e o que dizem ser o melhor ano das nossas vidas.
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