10 de dezembro de 2014

9 de dezembro

Um ano depois e mesmo assim a dor não passa e as saudades não acabam. Não imaginas o aperto que tenho sempre que alguém fala de ti, do quanto me mimavas e do quanto gostavas de mim...
Às vezes ainda penso que uma das vozes que passam pela porta é a tua e que a qualquer momento vais entrar em casa, ou que quando eu chego tu vais estar lá à minha espera.. E é aí que me lembro que nunca mais te vou ver.
Tenho tantas mas tantas saudades de te ter ao meu lado, de te ouvir criticar e elogiar, de me dares razão e também de me tirares, de me "obrigares" a crescer, de me ajudares em tudo, de não me deixares desistir de nada, até de me preparares lanches.. Engraçado como não me dizias que não a nada, fazias tudo o que te pedia e eu ainda achava que não valia nada para ninguém ou que ninguém gostava o suficiente de mim. Cuidaste de mim desde sempre e eu nunca te mostrei o quão grata estava e estou.
Punhas a família e os amigos à frente de tudo e se houve alguma coisa que me deixou com vontade de sorrir há exatamente um ano atrás foi ver que amigos e pessoas que gostavam de ti não faltavam. Toda a gente falava bem de ti e eu só pensava na estúpida que fui durante 18 anos por nunca te ter mostrado o quanto gostava de ti e o quanto valias para mim. Nunca vou conhecer ninguém como tu, tão pouco alguém melhor. Só gostava de te ter ao meu lado, pelo menos mais uma vez para parar de me sentir mal comigo por não me ter despedido de ti em condições. Desculpa por todas as vezes que virei costas sem ouvir tudo o que tinhas para me dizer, por todas as vezes que deixei passar ao lado coisas que fazias por e para mim. Desculpa por tudo e obrigada por me teres dado o orgulho de te chamar avô.

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