26 de dezembro de 2013

sometimes the hardest part isn't letting go but rather learning to start over

Nicole Sobon

23 de dezembro de 2013

Feliz Natal.

Tinha um post agendado para amanhã a dizer o quanto gosto do Natal e de todas as luzinhas e deste espírito mas tudo mudou. É tão, mas tão injusto perder alguém nesta altura do ano.

21 de dezembro de 2013

I'm sorry that I couldn't get to you

20 de dezembro de 2013

9-20

Hoje é o teu dia. Aquele dia de todos os anos que eu ficava a contar os segundos até à meia noite para ser a primeira a dar-te os parabéns e aquele dia, de todos os anos, que ficavas chateado por fazer este "esforço" quando poderia desejar-te um feliz aniversário no dia a seguir.
Acho que ficamos parados no dia 8, no dia em que estava tudo bem contigo pois ninguém acredita que não estás cá para celebrarmos o teu aniversário. Temos todos muitas saudades tuas, avô.

17 de dezembro de 2013

Nunca senti dor tão forte como agora. É um vazio enorme e um sentimento de culpa nunca antes sentido.
Podes voltar só para eu te sentir mais uma vez e despedir-me, pelo menos? Podes-me perdoar por nunca te ter dito o quanto gostava de ti?
Dói saber que nunca mais vou ter respostas tuas, que nunca mais te vou ouvir ou ver. Mas embora esta dor seja permanente, eu sei que a "cegueira" quanto ao assunto não vai ser. Um dia vou acordar e interiorizar-me que não estás mais comigo, connosco. Que não tens o teu lugar marcado. E que tudo por que até agora lutaste, foi em vão por um lado, e valorizado pelo outro.
Vais ser sempre o meu super-homem e vai ser em ti que vou pensar não só no teu dia de anos, no dia da tua morte, nas épocas festivas, no dia dos avós... mas também no dia do pai. Todos os dias.
Adoro-te vô, adoro mesmo.

e é por ficar muito tempo a contemplar textos assim durante o teste que tiro notas de caca a português

"Se te dizem que faças o que quiseres, a primeira coisa que parece aconselhável é que penses com tempo e a fundo o que é aquilo que queres. Apetecem-te com certeza muitas coisas, amiúde contraditórias, como acontece com toda a gente: queres ter uma moto, mas não queres partir a cabeça no asfalto, queres ter amigos, mas sem perderes a tua independência, queres ter dinheiro, mas não queres sujeitar-te ao próximo para o conseguires, queres saber coisas e por isso compreendes que é preciso estudar, mas também queres divertir-te, queres que eu não te chateie e te deixe viver à tua maneira, mas também que esteja presente para te ajudar quando necessitas disso, etc. Numa palavra, se tivesses que resumir tudo isto e pôr sinceramente em palavras o teu desejo global e mais profundo, dir-me-ias: «Olha, pai, o que eu quero é ter uma vida boa.» Bravo! O prémio para este senhor! Era isso mesmo o meu conselho: quando te disse «faz o que quiseres», o que, no fundo, pretendia recomendar-te é que tivesses o atrevimento de teres uma vida boa. (…) Queres ter uma vida boa: magnífico. Mas também queres que essa vida boa não seja a vida boa de uma couve-flor ou de um escaravelho, com todo o respeito que tenho por ambas as espécies, mas uma vida humana boa. É o que te interessa, creio eu. E tenho a certeza de que não renunciarias a isso por nada deste mundo. Ser-se humano, já o vimos antes, consiste principalmente em ter relações com outros seres humanos. Se pudesses ter muito, muito dinheiro, uma casa mais sumptuosa do que um palácio das mil e uma noites, as melhores roupas, os alimentos mais requintados (…), as aparelhagens mais perfeitas, etc., mas tudo isso à custa de não voltares a ver nem a ser visto – nunca – por um outro ser humano, ficarias satisfeito? Quanto tempo poderias viver assim sem te tornares louco? Não será a maior das loucuras querermos as coisas à custa da relação com as pessoas? Mas se justamente a graça de todas as coisas de que falámos assenta no facto de te permitirem – ou parecerem permitir – relacionares-te mais favoravelmente com os outros! (…) Muito poucas coisas conservam a sua graça na solidão; e se a solidão for completa e definitiva, todas as coisas se volvem irremediavelmente amargas. A vida humana boa é vida boa entre seres humanos ou, caso contrário, pode ser que seja ainda vida, mas não será nem boa nem humana."

Fernando Savater, Ética para um Jovem

9 de dezembro de 2013

Embora para mim ainda seja um daqueles dias em que estás a descansar de tarde por te doer a cabeça, lá no fundo eu sei que não é. Sei que vou ter que me habituar à tua ausência mas espero que esta dor não seja constante. Ainda não parei de chorar, ainda não parei para comer, nem sequer estou em mim.
Se soubesses o quanto gosto de ti, se algum dia eu te tivesse dito o pai que eras para mim, neste momento estaria com menos mágoa e mais descansada por saber que partiste sabendo o quanto te adoro e o quão agradecida te estou.
Continuo à espera que entres pela porta, que reclames comigo, que me mandes pôr os óculos enquanto estou no computador, ou que me digas que já é tarde e a minha mãe quer-me cedo em casa. Mas ainda há pouco estive contigo e tu estavas deitado, com as mãos juntas no peito, todo arranjado e à espera de receber as pessoas que tanto te amaram em vida.
Não é só por mim, é pela avó, pela mãe, pela madrinha, pela tia... Tu sabes que elas precisam de ti. Eu também. Foste a única figura paternal na minha vida e não arranjaria melhor. Só tu sabes o jeito certo de mandar vir comigo, de ficar irritado, só tu te sabes importar e eu nunca vou ter nenhum homem como tu na minha vida.
Como a avó disse em forma de desejo, parece que ainda estamos à espera que os médicos peçam para levar um pijama porque vais passar a noite no hospital para curar a tua teimosia. Ainda espero que saias de lá com mais vida. Com menos vontade de ir lá parar outra vez. 
Eu sei que isto não adianta de nada, mas: volta vô, por favor.
Descansa em paz.
20.12.1939 - 09.12.2013

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